O Seminário de relações de gênero, em sua 9ª edição, discutiu na noite de sexta-feira (19/11) os avanços e desafios no enfrentamento à violência contra a mulher. A palestrante convidada foi a Dra. Jóice Graciele Nielsson, que fez uma introdução ao tema seguido de debate conduzido pelas professoras Aline Sabino da Silva Paloschi e Letícia Gheller Zanatta Carrion. Este evento oportuniza reflexão em torno do tema relações de gênero, da violência de gênero, de políticas públicas voltadas à melhoria na qualidade de vida e da garantia de direitos. A abertura do evento contou com reflexão sobre a Lei Maria da Penha organizada pelos professores Felipe Bozzetto e Eliezer Pandolfo da Silva e as acadêmicas do quarto período do curso de Pedagogia.
De acordo com a coordenadora do curso de Pedagogia, professora Maria Preis Welter, as relações de gênero estão presentes nos diversos âmbitos sociais, configurando-se como demanda para os profissionais. Nessa perspectiva, são indispensáveis estudos e debates sobre gênero no processo de formação dos acadêmicos, como forma de compreender as relações de dominação, desigualdade e exploração e seus rebatimentos na realidade social, econômica e política. Assim, de maneira a preparar os estudantes para atuar nessa conjuntura, aproximando-os dessa discussão para que no exercício profissional tenham subsídios para aprofundar os estudos sobre gênero e perceber suas relações de desigualdade, dominação e opressão, bem como buscar identificar possibilidades de atuação que enfrentem as problemáticas provenientes desse contexto, sendo desprovidos de posicionamentos que reforcem essas relações, mas que pelo contrário, busquem amenizá-las.
Para o coordenador do curso de Direito, professor Rogério Cézar Soehn, o enfoque ao assunto jamais deve ser minimizado. "Como profissionais do Direito e, sobretudo, defensores de uma sociedade mais justa, a violência contra a mulher e as desigualdades de gênero merecem ser causa incansável de combate e de repúdio. Aliás, toda e qualquer forma de violência contra a pessoa humana deve ser combatida. Abordar a problemática traduz a preocupação genuína de alertar, prevenir e buscar colocar limites nos atos violentos e desmoralizantes contra a mulher. Trazer o tema para debate também expressa nosso desejo, enquanto formadores de profissionais éticos e acolhedores, de conscientizar as vítimas acerca das medidas legais que lhes dão suporte, como forma de romper com o ciclo de violência. Acredito que os avanços do arcabouço regulatório sobre a proteção e direitos da Mulher e a ampliação constante dos debates, trará cada vez mais alternativas para que as mulheres conquistem a equidade e se permita a erradicação, ou ao menos a significativa diminuição, da violência ainda praticada", deseja o professor.
Na abertura do evento a pró-reitora acadêmica, professora Alexandra Raffaelli, agradeceu aos idealizadores do seminário que nutrem o compromisso com a aprendizagem. "Que possamos, a priori, nos libertar de muitas amarras e nos fortalecer em momentos como este. Desejos de muita reflexão, conhecimento e principalmente evolução em nossa forma de pensar e agir", disse a professora.