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Pesquisa desenvolvida pelo professor do curso de Direito da FAI Faculdades e servidor da SDR de Itapiranga, Douglas Franzen, abordou o contexto histórico em que se desenvolveu o Frigorífico Safrita de Itapiranga. A pesquisa foi defendida no último dia 4 de abril, no Mestrado em História da Universidade de Passo Fundo, sendo que a banca que analisou o trabalho, diante da relevância do tema e da abordagem da pesquisa, sugeriu a publicação dos resultados em livro.

O Frigoriífico Safrita foi fundado no ano de 1962 através do capital social provindos de colonos e comerciantes de Itapiranga e também de recursos captados em agências de fomento, mas somente no ano de 1967 é que o frigorífico iniciou suas atividades. Conforme Douglas Franzen, “muito se fala do sentimento de empreendedorismo presente naqueles que investiram seu capital no projeto Safrita, no entanto temos de ter presente de que o cenário econômico brasileiro estimulou o surgimento dessas iniciativas no interior do país, principalmente no Sul, diante da farta existência de matéria prima na região, a expansão do mercado consumidor de carnes e também pelos estímulos empreendedores dados por entidades como a FIESC. Para que surjam empreendedores, é necessário que haja um contexto socioeconômico propício para isso, dificilmente alguém vai investir seu capital em uma empresa que não tenha projeção de crescimento e um cenário de desenvolvimento favorável.”

O projeto Safrita foi bastante amplo e foi o grande impulsionador da modernização da agricultura na região de Itapiranga, abrangendo desde a introdução do sistema de integração, modernização das propriedades agrícolas, melhoramento genético do plantel de animais, dinamização da logística de transporte, maior inserção da matéria prima produzida em Itapiranga no mercado consumidor brasileiro. “Atualmente temos em Itapiranga uma agroindústria forte e consolidada que é uma das grandes propulsoras da economia regional graças ao projeto Safrita, que pode ser considerado um marco divisor de águas na história econômica da região. A Safrita trouxe consigo todo um legado, que vai desde o produtor rural e otimização do conceito de produção, a evolução da indústria e do comércio, a urbanização de Itapiranga, as mudanças no padrão produtivo regional, sendo essas mudanças positivas ou não. Se atualmente a produção de frangos e de suínos acarreta toda uma logística e uma concepção de produção de alimentos em larga escala, a Safrita é uma das grandes responsáveis por isso. A qualidade da carne produzida em Itapiranga e região também advém desta conjuntura histórica ”, destacou Douglas Franzen.