Construir uma casa não é tarefa simples. Mas em grupo, tudo se torna mais simples. O Trote Solidário “Cachorro Quente”, realizado pelos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, teve o objetivo de construir casinhas para cachorros, que foram entregues a entidades protetoras de animais em Chapecó.
Segundo o coordenador de Engenharia Civil, Ailson Barbisan, durante a construção dos abrigos, os estudantes receberam várias tarefas, que resultaram em aulas práticas, onde puderem compreender conhecimentos como conforto, inclinação de telhado, isolamento térmico e tipos de materiais.
Animada, a caloura de Arquitetura e Urbanismo Aline Teles Silva achou a proposta muito interessante. A jovem já trabalhou como voluntária em projetos sociais e entende a importância que as casinhas têm para os lares temporários. “Fazer as casinhas para as ONGs me deixou muito contente”.
Planejamento e parcerias
E não foram simples “moradias”, antes de serrar e martelar, os estudantes elaboraram os projetos para a casas. Durante esse processo, fecharam uma parceria com o Núcleo de Sustentabilidade, que doou as caixinhas de leite (longa vida) arrecadadas em uma ação realizada anteriormente, e utilizaram o material como isolante térmico. Além disso, construíram casas de diferentes tamanhos, adaptadas a cachorros de médio e grande porte.
Os materiais utilizados nas obras, como paletes, telhados e tintas foram doados por voluntários e arrecadados pelos estudantes do curso. De acordo com a coordenadora de Arquitetura e Urbanismo, professora Adriana Diniz Baldissera, a intenção do trote foi permitir que os calouros vivenciassem a atividade de maneira mais significativa, realizando a prática.
“Nós decidimos reunir os cursos e envolver disciplinas do primeiro semestre, exercitando diferentes conteúdos e conceitos”, argumenta Adriana. “E no dia da prática, os estudantes conheceram novos conceitos como planta, corte, fachada, elevação, tudo através de uma casinha de cachorro”, completa.
Os abrigos foram entregues a duas protetoras de animais autônomas, Leci, moradora do bairro SAIC, e Tânia, que reside no bairro Seminário. Além delas duas, a + Vira Lata também recebeu uma casinha. A entidade foi criada há cerca de um ano e meio e tem como objetivo realizar castrações populares, em parceria com clínicas veterinárias da cidade.
Embora os animais fiquem pouco tempo com os membros do + Vira Lata, a casinha fará muita diferença no processo de acolhimento de animais que estão de passagem. Segundo a criadora da entidade, Ana Triantafyllou, em Chapecó, a estimativa é que existam cerca de 30 mil cães domesticados. Não se sabe ao certo o número de animais de rua, mas o que mais preocupa é a superpopulação, uma vez que os mecanismo de controles de zoonoses nem sempre são suficientes.