Com a colheita de soja antecipada na safra de 2018/2019, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou dados recentes estimando que o Brasil deverá colher cerca de 115,343 milhões de toneladas nesta temporada. A previsão de colheita é 3% menor que a safra de 2017/2018.
Ainda assim, a expectativa é que nas próximas safras o Brasil assuma o ranking de maior produtor de soja no mundo, desbancando os Estados Unidos. Hoje, o Brasil ocupa o primeiro lugar de maior exportador do grão. Quem faz a projeção é o engenheiro agrônomo Alvadi Antonio Balbinot Junior, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Balbinot esteve em Chapecó para ministrar uma palestra na aula magna do curso de Agronomia e da pós-graduação em Produção Vegetal, com ênfase em Milho, Soja e Trigo. Na palestra, o profissional abordou o manejo de alta produtividade e os fundamentos de ecofisiologia e ressaltou a expertise que o país possui sobre tecnologias aplicadas à soja. “Por conta da grande importância econômica dessa cultura, possuímos um significativo portfólio de desenvolvimento instrumental para o campo”, argumenta o pesquisador.
Mas ele vai além, diz que o maior conhecimento dos produtores e dos centros de pesquisa está especialmente para a produção em regiões de clima tropical. “Temos um um ambiente mais desafiador por conta da chuva e pragas, por exemplo”, comenta. “Por outro lado, o desenvolvimento científico é demasiado avançado para essa esse contexto, o que nos torna referência para outros países”.
Ao que tudo indica, esta realmente será uma boa safra. Ao menos para o produtor Felipe Zandavalli, também consultor de vendas de máquinas agrícolas. Apesar da frequente chuva, que dificultou a fixação de fungicidas, e da presença de ferrugem, as plantações não foram comprometidas.
De acordo com o jovem, quem decidiu colher mais cedo no Oeste obteve diferentes resultados, alguns baixos, outros altos. Já quem decidiu esperar mais, enfrentou algumas doenças. “Mesmo assim, nossa expectativa permanece boa”, afirma.
Para Felipe, que produz soja desde 2005, o fator responsável por contribuir na diminuição de perdas é o avanço de pesquisas, especialmente na área da biotecnologia. O custo e os riscos ainda não muito altos, admite o produtor, mas a cultura continua sendo viável e rentável, seja o produtor tecnificado, seja ele não tecnificado.