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18 Abr 2024

Acadêmica desenvolve artigo sobre a Dengue na região da fronteira

Júlia Marinho Borges Galão da Silva durante apresentação em banca do TCC

 

Com o objetivo de descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados da Dengue na região da fronteira com o Paraná e a Argentina, entre os anos de 2015 a 2021, a acadêmica do curso de Biomedicina Júlia Marinho Borges Galão da Silva, sob a orientação da professora farmacêutica  Emiliana Giusti de Vargas, desenvolveu um estudo, primeiramente apresentado como trabalho de conclusão do curso de Biomedicina, e que agora aprovado para publicação em forma de artigo na Revista de Ciências da Saúde (REVIVA) da UCEFF. 

 

De acordo com as autoras, “o município de estudo, Dionísio Cerqueira, é nosso local de residência e gostaríamos de trazer essa contribuição para a nossa comunidade em relação à Dengue. Por diversas razões socioambientais, nosso país tem condições favoráveis à expansão do Aedes Aegypti, que é o vetor da doença”.

 

A Dengue é uma doença de notificação compulsória no Brasil, ou seja, todos os casos suspeitos devem ser comunicados às autoridades através do SINAN (Sistemas de Agravo de Notificação) para que essa doença seja monitorada e para que sejam tomadas medidas de planejamento na prevenção de surtos. O intuito do artigo foi reunir os dados disponíveis entre os anos de 2015 a 2021 e traçar um perfil epidemiológico para que se possa compreender quais aspectos socioeconômicos podem estar relacionados à incidência e quais características clínicas podem estar relacionadas à evolução do quadro da doença, de modo a desenvolver estratégias de controle e prevenção do problema.

 

Dentre os principais desafios enfrentados ao lidar com a Dengue nessa região específica, em comparação com outras áreas, as pesquisadoras destacam que o município em estudo está localizado na fronteira com o estado do Paraná e com a Argentina, e o fluxo de pessoas através da fronteira possui um determinado papel no transporte de sorotipos e cepas virais para outras áreas. Frequentemente, cidades de fronteira possuem um comprometimento no desenvolvimento socioambiental. Surge então a necessidade de ações coletivas de saúde pública entre os municípios envolvidos. 

 

Sobre as condições atuais e das tendências observadas no estudo, as autoras relatam que as perspectivas são bastante desfavoráveis. O Brasil está registrando recorde histórico de casos da Dengue, que se dão pelas mudanças climáticas, como chuvas intermitentes e calor elevado, e pela recirculação do sorotipo 3 do vírus. Os atuais boletins epidemiológicos mostram que o município do estudo apresenta um risco médio para transmissão de Dengue, de acordo com o índice de infestação predial, que reflete o percentual de imóveis com presença de larvas do Aedes Aegypti. Além disso, nove municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina encontram-se atualmente em alto risco de transmissão. No município do estudo em questão, “apenas” 27 casos de Dengue foram confirmados durante um período de sete anos. Somente no início de 2024, já foram confirmados 39 casos. 

 

Em relação às medidas de prevenção e controle já estabelecidas, as autoras dizem ser bastante complicado ponderar sobre novas recomendações, quando os dados divulgados pela DIVE-SC sobre a dengue mostram que 39% dos focos são encontrados em pratinhos de plantas e baldes, 30,1% em lixos e sucatas e 14,8% em recipientes como calhas e piscinas. “Formas de prevenção baseadas na participação popular são importantes para ensinar práticas de eliminação de focos e de possíveis criadouros do vetor”, concluem as autoras. 

 

Para a coordenadora do curso de Biomedicina, Taiane Schneider, é muito gratificante ver o empenho e dedicação dos nossos alunos, e uma satisfação ver esses trabalhos publicados. Esse, sobretudo, sendo tão relevante nesse momento delicado que estamos vivendo frente à Dengue. Que nossos alunos e professores sigam trazendo esses trabalhos científicos tão relevantes para nossa sociedade.

 

O artigo completo está publicado na Revista Ciências da Saúde, Edição 2024

					Visualizar v. 3 n. 1 (2024)

 

Biomedicina


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