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27 Set 2018

A linguagem e comunicação de vacas: como interpretar

 

Vem cá, você sabia que é possível interpretar a linguagem das vacas? Sim, parece estranho, mas é bem comum para o médico veterinário Marcelo Cecim, que ministrou uma palestra na 2ª Conferência Internacional em Bem-estar Animal (CIBEA). O evento iniciou nesta quinta e segue até o próximo domingo (30).

 

Para começo de conversa, “ler” os sinais das vacas não significa interpretar o mugido. Como explica Cecim, foi o processo de domesticação dos animais que melhorou o bem-estar e os aproximou do humano. Além disso, existem alguns vícios no comportamento dos bovinos que pela frequência, observação e associação criam certo sentido, ou seja, um estereótipo. “Um exemplo é o enrolar ou brincar com a língua que algumas terneiras aprendem a fazer como forma de amenizar sua frustração pelo isolamento, falta de contato direto com outras ou simplesmente tédio”, esclarece o palestrante, mestre em Produção Animal pela Universidade do Sul de Illinois (EUA).

 

Desse modo, a demonstração de reações estereotipadas (atitudes repetidas, sem nenhum propósito ou benefício aparente) significa uma resposta animal a certos incômodos ou frustrações. É neste momento que do médico veterinário intervém na situação, seja para interpretar os sintomas ou solucionar os problemas.

 

  • Como interpretar

O palestrante ressalta que há três fatores ou interações essenciais em qualquer comportamento exibido por um bovino. Estes auxiliam o profissional verificar o que animal “está falando”, são eles: o instinto (levantar e mamar ao nascer ou sentar-se e resistir sempre que for puxado para frente), o sensorial (como cheiro, som e visão que levam o animal a aproximar-se ou afastar-se do estímulo), e o condicionamento ou experiência (como beber leite em um balde, comer concentrado, entrar na ordenha e "baixar o leite").

 

A partir desses fatores, as diferentes situações podem ser interpretadas com mais eficácia, a fim de aumentar o bem-estar dos bovinos. Outro exemplo simples de ser observado, como pontua Cecim, é quando o animal não se deita ou evita a cama do freestall pode significa medo ou dor causada por ferimentos e não necessariamente “teimosia”.

 

A 2ª CIBEA segue até domingo (30), com palestras, oficinas e apresentações de trabalhos na UCEFF Palmital. São parceiros da Conferência as seguintes entidades: Bramed, OutMix Aluguéis , Estúdio A, Mesc Construções, Gráfica Expresso, S&V Móveis Planejados, Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina e Unicred.

2ª CIBEA


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