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Entre os dias 11 e 21 de novembro, acadêmicos dos cursos de Engenharia, Arquitetura e Agronomia das unidades UCEFF Itapiranga e Chapecó, acompanhados dos professores Mirdes Hengen e Helton Sossanovickz, estiveram participando de intercâmbio com a Universidade Tecnológica Nacional (UTN) Los Reyunos, localizada em San Rafael, Mendoza, Argentina. Foram 46 horas de viagem de ônibus, até chegar no destino. 

A primeira grande parada foi na cidade de Mendoza, capital da província de mesmo nome, com visita a uma vinícola, e ao Parque General San Martin. Na sequência, a rotina acadêmica do intercâmbio ocorreu na UTN Los Reyunos. As aulas e os professores super preparados para receber o grupo brasileiro, inclusive a primeira aula de todas foi um curso básico de espanhol.  

Na cidade de San Rafael, foram realizadas visitas técnicas a central hidrelétrica de Los Reyunos, guiada pelo Engenheiro Alberto, que trabalha na usina há mais de 30 anos, fábricas de frutas desidratadas e olivícolas, bem como passeios turísticos de catamarã, kaiak e tirolesas. O grupo percorreu os canyons e seguindo o caminho da bacia hidrográfica do Rio Atuel, onde pode-se observar a sequência de quatro barragens utilizadas para geração de energia elétrica. Isso tudo foi intenso e num período de seis horas, com imagens que são difíceis de descrever, além do aprendizado que jamais será esquecido.

“O sistema de aulas na Universidade difere com os nossos costumes, as aulas ocorrem no período matutino e noturno. Nos intervalos vespertinos aproveitamos para fazer os passeios e conhecer a região e suas belezas naturais, integrando a teoria da sala de aula com a prática do ecossistema argentino”, destaca o  acadêmico do 8°semestre de Engenharia Civil, Diego Mallmann.

Conforme o coordenador das engenharias, professor Givanildo Martins de Quadros, “a vivência com esse tipo de atividade estimula os acadêmicos a buscarem experiências fora do contexto que estão habituados, estimulando a criatividade e preparando-os melhor para o mercado de trabalho”. O ambiente onde a UTN está localizada, é bem diferente da nossa realidade, o que traz novos desafios ligados à Engenharia, desde à reservação, conservação e reutilização da água, que, em nossa região pode ocorrer em um mês, lá, é à precipitação de um ano considerado chuvoso. 

De acordo com com os professores participantes, Mirdes e Helton,  o intercâmbio teve como objetivo principal, desenvolver o pensamento crítico nos acadêmicos, uma vez que as demandas locais são completamente diferentes. Além, é claro, de toda a parte acadêmica desse momento, contando com aulas todos os dias em dois períodos. “Todos tiveram a oportunidade de conhecer a região e a cultura”, salientam os professores.

Depoimentos 

Para o acadêmico Diego Mallmann, esta foi uma grande experiência de integração cultural e inovações de gestão ambiental. As diferenças linguísticas, econômicas e climáticas ficam evidentes ao participar do dia a dia de uma faculdade nacional da Argentina, que se mostrou um país com belíssimas paisagens, uma vasta e rica cultura com um povo alegre e amigável.

A professora Mirdes disse que "após quatro anos de luta, e com apoio total do coordenador do curso, professor Givanildo, conseguimos realizar de forma espetacular novamente esse momento de tamanha troca. O choque cultural é imenso e já começa quando temos que beber o primeiro copo de água. Os costumes, as comidas, os horários. Tudo é diferente e tudo é aprendizado. Foi puxado, pois eu vivia em função do celular, havia dias em que os avisos de troca de aula ou de atividade vinham às 23 horas da noite e cabia a mim fazer toda a comunicação e garantir que tudo saísse bem. Foi cansativo, a cabeça não descansava e a responsabilidade de que tudo saísse da melhor forma possível era grande, mas, tudo compensou quando recebi abraços e carinho de muitos falando assim: PROFE, isso valeu cada centavo, cada segundo, cada momento. Nada, no mundo, pode pagar um momento desses senão os sorrisos dos acadêmicos e seus olhares de gratidão. Por muitos momentos chorei na viagem vendo a alegria deles em estar lá e apesar de ter perdido meu pai enquanto estava a caminho de volta, não deixei de acreditar que fizemos a melhor viagem do mundo e que fizemos a diferença na vida desse grupo. Agradeço demais ao meu coordenador, que sempre foi incrível comigo e com o grupo, e desejo que numa próxima ele vá conosco. Rumo a desbravar os cursos pelo mundo".

Já a acadêmica do 8º semestre de Arquitetura e Urbanismo Roberta Carminati destaca que “a experiência de passar alguns dias em outro país é inexplicável, frequentar uma instituição na Argentina possibilitou a todos um grande conhecimento profissional como também pessoal. É encantador a maneira como todos lá levam a vida e a forma que fazem muito com o pouco de recursos que tem. As paisagens são fascinantes criando uma agradável conexão entre as pessoas e o ambiente”.

Para o acadêmico do segundo semestre de Engenharia Elétrica, Reginaldo Imlau, “foi surpreendente poder trocar experiências com colegas de outras áreas de formação, em uma instituição de ensino de outro país. Tivemos desafios, mas o companheirismo entre os colegas nos fez superar todos. Fomos muito bem recebidos pelos professos e demais profissionais da UTN, nos dando condições de aprender sobre uma realidade muito diferente da nossa, principalmente quanto às condições climáticas e escassez de água. Tudo que vimos e vivemos nos deu experiência única para melhorarmos com pessoas e futuros profissionais na nossa área de atuação”.